Uma atualização de firmware criada pela HP para seus modelos de impressora no mês de setembro surpreendeu seus usuários. Ou, pelo menos, os que utilizavam cartuchos genéricos ao invés dos originais. De uma hora para outra as versões alternativas deixaram de ser reconhecidas pela impressora, inutilizando-as. Este é mais um capítulo da guerra entre as fabricantes de impressoras para combater o consumo de cartuchos não originais.

"Este é um fenômeno global. Na América do Norte a estimativa é que 16% dos proprietários de impressoras e multifuncionais utilizem cartuchos remanufaturados ou clonados. No Brasil você encontra em cada esquina alguém oferecendo o serviço de recarga de cartucho de tinta", diz Anderson Martins.

Nos últimos anos a indústria de cartuchos genéricos se fortaleceu, com versões mais baratas que as originais, fabricados principalmente na China e comercializados pela internet. A queda nas vendas de cartuchos originais, devido à concorrência com esses modelos clones, gera grandes preocupações para fabricantes como a HP, que tem no mercado de cartuchos uma importante fonte de lucro.

"Os cartuchos desempenham um papel importante no modelo de negócio dos fabricantes de impressoras. Eles costumam vender suas impressoras com uma margem de lucro baixa, esperando recuperar através da venda contínua de consumíveis", explica Martins.

Seguindo um caminho diferente, a japonesa Epson lançou no mercado suas impressoras com bolsa de tinta. Essa bolsa não só substitui o cartucho de tinta, como conta com ultra rendimento, dispensando a troca da bolsa durante toda a vida útil do equipamento. Além disso fabricantes como a Brother e Canon contam com modelos que utilizam tanques de tinta.

A recente aquisição da operação de impressoras Samsung pela HP por US$1,1 bi colocou em alerta fabricantes de cartuchos compatíveis. Conhecida por possuir uma tecnologia indecifrável de bloqueio de cartuchos genéricos, a Samsung agora deve passar seu segredo a frente e acirrar ainda mais a guerra das tintas.