Promulgada em 2006, a Lei n.11.419 do Processo Civil, que autoriza a informatização dos processos judiciais, gera uma intensa corrida em tribunais e escritórios, que ainda não conseguiram adequar-se completamente aos novos formatos. A ideia é que passando para o processo digital a tramitação será mais rápida e segura, além de reduzir custos com arquivamento.

O Superior Tribunal de Justiça é o mais avançado nessa questão, sendo totalmente virtualizado desde 2010. Por não receber mais processos em papel, o STJ força a informatização de instâncias inferiores. Junto a ele, os tribunais da justiça do trabalho caminham a passos largos rumo a total digitalização dos processos em tramitação. Estima-se que mais de 6 milhões de processos trabalhistas já foram digitalizados, com seu sistema de Processo Judicial Eletrônico (Pje-JT) utilizado por todos os tribunais regionais do Trabalho e integrado com quase 100% das varas do Trabalho no país.

"Se olharmos para 2010 era comum a maioria dos escritórios contar apenas com um scanner de mesa, que digitalizava uma folha por vez. Era comum até mesmo ter um estagiário contratado só para fazer esse trabalho. De lá até hoje os scanners ficaram muito mais rápidos, práticos e com preços acessíveis. O retorno do investimento nesse tipo de equipamento é bem rápido", comenta Adriana Maia.

O fim da necessidade de transportar documentos a clientes e fóruns também mostra ser um imenso benefício para os escritórios de advocacia de todo o país. "Os deslocamentos ficaram mais ágeis, o ambiente de trabalho mais limpo e o trabalho mais produtivo", diz o advogado Fábio Anderson da Anderson & Associados Advocacia.

Porém ainda há um longo caminho a se percorrer até que todo sistema judicial brasileiro trabalhe apenas com processos digitalizados. Com mais de 70 milhões de casos em todo o país, somente cerca de 10% do total já estão em via eletrônica. Na justiça uma coisa parece certa: a revolução digital tarda. Mas não falha.